Acidente da TAM

A queda do Airbus A320 da TAM no Aeroporto de Congonhas, na zona sul paulistana, completa este sábado três anos sem a resposta de quem são os culpados pelo acidente no qual morreram 199 pessoas. A expectativa do Ministério Público Federal em São Paulo é analisar os inquéritos preparados pelas polícias Civil e Federal e definir uma posição sobre o caso até o fim deste ano.

O procurador Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso, não se manifestará até lá, segundo nota do MPF. Ao todo, todos os documentos reunidos até aqui somam cerca de 5 mil páginas, divididas em 113 volumes. O órgão ressaltou a necessidade de avaliar cuidadosamente as provas colhidas no inquérito, "o que leva tempo".

"É doloroso todo esse tempo. Mas a gente sabe que é complexa a investigação", afirmou o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam), Dário Scott. Para ele, o mais importante é que o caso seja esclarecido, independentemente do prazo. "A nossa expectativa é o quanto antes. Se for ter de aguardar até o fim do ano, esperamos que todos os responsáveis sejam apontados."

O procurador da República tem nas mãos dois documentos distintos, um produzido pela Polícia Civil e outro pela Federal, além do relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A investigação da Polícia Civil, concluída em novembro de 2008, resultou no indiciamento de 10 pessoas, entre funcionários da TAM, da Agência Nacional de Aviação Civil e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), por atentado contra a segurança do transporte aéreo. A polícia pediu ainda à Justiça a indicação da Airbus como responsável pelo acidente. Mais tarde, suspendeu-se o indiciamento, uma vez que a investigação da PF estava em curso. Esta, por sua vez, concluiu sua apuração em outubro de 2009 e culpou duas pessoas pela tragédia: os comandantes do voo 3054, Kleber Lima e Henrique Stefanini Di Sacco. Para a PF, os dois manusearam as manetes erroneamente, perdendo o controle do avião. Também em outubro do mesmo ano, o Cenipa anunciou que uma série de fatores contribuiu para que o A320 atravessasse a pista de Congonhas e se chocasse contra o prédio de cargas da TAM na Avenida Washington Luís.

Na avaliação do Cenipa, o treinamento de Di Sacco era falho. Apontou ainda falhas dentro da coordenação da cabine do voo e na supervisão gerencial da TAM. Em relação às manetes, constatou-se a possibilidade de pousar com ambas em posições distintas sem que algum dispositivo alertasse os pilotos. As informações são do Jornal da Tarde